Depois do Conselho de Ministros ter definido, a 22 de Novembro, o primeiro pacote de obras para a parceria público-privada da Estradas de Portugal S. A., surge agora uma indicação do ministério de Mário Lino para o arranque de novo lote de obras.
O processo IC 35 já completou 10 anos de vida e parece não querer sair do papel.
Foi em 1997 que o governo de António Guterres assumiu a necessidade de construir uma via que ligasse a A4, em Penafiel, ao IP5, em Sever do Vouga.
Esta vontade do então ministro do Equipamento, Planeamento e Administração do Território, João Cravinho, foi sublinhada por duas vezes, em 1997 e em 1999. Os planos do ministro apontavam para o arranque da obra em 2001.
O ano escolhido por João Cravinho foi também o ano de todos os infortúnios para Penafiel e Castelo de Paiva: a 4 de Março caía a ponte Hintze Ribeiro, levando consigo 59 pessoas.
Poucos dias depois, a 22 de Março, a Assembleia da República (AR) aprovava a resolução 28/2001, com vista à criação de um programa especial de apoio aos municípios de Penafiel e Castelo de Paiva.
Nessa resolução podia-se ler que a AR considerava que havia lugar à “tomada de decisão imediata, com carácter de prioridade absoluta, quanto ao lançamento das seguintes obras: a) Travessia provisória do rio Douro entre Castelo de Paiva e
Entre-os-Rios; b) Construção da nova ponte e respectivos acessos; c) Construção do troço Pedorido-Cruz da Carreira, na EN 222; d) Construção do IC 35; e) Beneficiação da EN 224 entre Sobrado e Entre-os-Rios; f) Beneficiação da EN 221-1 entre Cruz da Carreira e Greire”.
Se a construção da ponte que liga Penafiel a Castelo de Paiva se fez rapidamente, sem recurso a estudo de impacte ambiental, o mesmo não aconteceu com IC 35. Durante estes anos o dossier foi andando de mão em mão sem avançar. Ministros como Jorge Coelho, Ferro Rodrigues ou José Sócrates tomaram contacto com o dossier sem que este desse passos significativos.
O último avanço conhecido foi dado em 2003 com o lançamento do concurso público internacional para a realização do projecto do traçado, era então ministro das Obras públicas Carmona Rodrigues.
O FÓRUM sabe que esse projecto já está concluído. O IC 35 está agora a ver ser desenhado o projecto de execução, que deverá ficar concluído no primeiro semestre de 2008. O projecto base na sua versão final, relativo ao trecho dois, já foi aprovado em reunião
Em reapreciação está o trecho um, que ligará o IC35 à A4, refira-se que é o polémico troço que previa atravessar a Quinta da Aveleda. A equipa encarregue do projecto de execução estuda qual a melhor solução para os três quilómetros finais do traçado. As previsões apontam para que o IC35 leve dois anos a estar concluído, resta agora saber qual o dia do arranque concreto das obras.
A resolução da Assembleia da República
“A Assembleia da República, considerando o trágico acidente ocorrido na Ponte sobre o rio Douro no passado dia 4 de Março, resolve, nos termos do n.o 5 do artigo 166.o da constituição, recomendar ao Governo:
(…)
5 — A tomada de decisão imediata, com carácter de prioridade absoluta,
quanto ao lançamento das seguintes obras: a) Travessia provisória do rio Douro entre Castelo de Paiva e Entre-os-Rios; b) Construção da nova ponte e respectivos acessos;
c) Construção do troço Pedorido-Cruz da Carreira, na EN 222; d) Construção do IC 35; e) Beneficiação da EN 224 entre Sobrado e Entre-os-Rios; f) Beneficiação da EN 221-1 entre Cruz da Carreira e Greire”.
O IC35 em detalhe
Este itinerário complementar vai ter uma extensão de, aproximadamente, 16 km entre Penafiel e Entre-os-Rios. O que hoje demora, com alguma simpatia, cerca de 25 minutos a percorrer, poderá vir a demorar metade.
O novo trajecto terá três nós de ligação às localidades mais populosas, a saber: Rio de Moinhos, Cabeça Santa e Rans. Para segundas núpcias parece ter ficado o nó de ligação a Peroselo, que não foi considerado no projecto.
As portagens actualmente situadas em Guilhufe deverão mudar-se para um local nas traseiras da zona industrial nº1, a fim de servir o IC e a A4.
Uma revolução para a zona sul
Satisfeito com os sinais de arranque do IC 35 está o presidente da Câmara Municipal de Penafiel, Alberto Santos. Depois de ter trocado extensa correspondência com o Ministério das Obras Públicas e com a Estradas de Portugal, o autarca parece começar a acreditar na melhoria na mobilidade no concelho.
O FÓRUM sabe que desde há muito tempo que tem sido usada a resolução da Assembleia da República tomada após a queda da ponte de Entre-os-Rios para pressionar o governo, sem que este assuma a decisão publicada em Diário da República.
“Este IC vai significar uma autêntica revolução para a zona sul do concelho. A Estrada Nacional 106 tem já contornos urbanos já que ao longo dos anos foi crescendo a construção nas suas margens, sobretudo até à zona das Termas de S. Vicente”.
Sobre a possibilidade do itinerário vir a ter portagens, o autarca desconhece qualquer intenção do governo em taxar a via. “Não nos foi dada a conhecer qualquer intenção em cobrar portagens no IC35”, sustenta.
fonte: forumvaledosousa.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário